Desde criança tenho tentado seguir à risca os 10 mandamentos que me foram ensinados pela Igreja Católica, entre eles o que diz que não se deve matar. Como a Bíblia não entra em maiores detalhes, sempre acreditei que essa prática não deve se limitar aos seres humanos e é extensiva a todo tipo de animal. Aliás, esse é um dos motivos de eu ter me tornado vegetariano. Tenho pelos animais, ditos irracionais, um amor e um respeito que não me permitem nem mesmo pagar alguém pra matar por mim.
Minha filha me contou que uma grife lançou uma echarpe com pele de raposa e foi soterrada por manifestações contrárias. Se eu já acho um crime matar para comer, imagine para usar de enfeite, de adereço fashion enrolado no pescoço. Eu pensei que esse tipo de coisa não existisse mais, que já estava combinado que é incorreto.
“Matar ou não matar animais, eis a questão”, diria algum personagem de Shakespeare, se ele tivesse escrito sobre o assunto. O que eu posso comentar é que, como tudo na vida, isso também tem limite. O mosquito, por exemplo. Já assassinei vários, mas tenho a desculpa de que foi sempre em legítima defesa. Era ele ou eu.
As traças também. Aqui em casa são tratadas com a lei da selva. É guerra! Quando encontro alguma pendurada num casaco, torço o pescoço sem piedade. Tanta crueldade eu só uso nesse casos, quando sou atacado. O que, pelo menos para minha consciência, serve de consolo.
Com bichos inofensivos eu convivo sem stress. Sempre que encontro uma lagarta caminhando pela casa, recolho e levo para o jardim. Mesmo sabendo que vai comer as plantinhas da patroa. Acontece que a coitada também precisa se alimentar, é a lei da vida, é o movimento da cadeia alimentar.
Procuro evitar matar os bichinhos que não estão me atacando. Até mesmo uma barata. Sim, eu sei que é um bicho nojento, mas eu olho pra ela sempre com admiração por esse maravilhoso mistério chamado “vida”. Se encontro uma barata, desvio e sigo meu caminho.
Às vezes, tem momentos em que nossos princípios éticos e morais vão pro espaço. Outro dia, minha mulher saiu gritando enlouquecida porque havia uma barata na cozinha. Tive que pegar um chinelo e liquidar o assunto. É melhor conviver com a culpa do assassinato de um inseto do que ter que agüentar uma italiana descontrolada, aos berros pela casa, cujas conseqüências podem ser imprevisíveis.
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Caríssimo conterrâneo, não tenho esses mesmos princípios quanto aos animais. Talvez eu ainda não tenha alcançado esse nível de evolução espiritual, portanto ainda amo um churrasco. Mas quanto aos mosquitos, não tenho dó mesmo! Aqui em Pelotas, como sabes, a mosquitama é de matar. Mesmo! Se bobear eles te carregam de verdade! Amo a minha cidade, mas morro de inveja quando vou a Bagé ou até ali no Cassino e quase não vejo mosquitos. Com esse frio todo que está fazendo e eles estão resistindo esse ano! Não me controlo e a Chispa come rsrrsrs Abraços!
ResponderExcluirAmigo! que situação! os bichos vivos ou a italiana aos berros...quem tem família grande como a minha onde italianos se misturam com alemães e de quebra com brasileiros, tenho certeza que é melhor a culpa do assassinato! rsrs
ResponderExcluire acredite,as conseqüências são imprevisíveis!
Adorei!
Abraços
Lhú Weiss
Obs: (Quem sabe um dia,ainda tenho uma de minhas histórias narradas por você. Adoro suas vídeocrônicas)
Olá Kledir!!!
ResponderExcluirAdorei o seu post!!! Eu amo os animais, principalmente os cachorros, ursos e pássaros, gostaria muito de ser vegetariana e admiro quem adquire essa virtude, mas infelizmente não sou, como boa gaucha adoro um churrasco, pior que também adoro comida italiana, pizza de bacon, calabresa, coraçãozinho, camarão e todas as guloseimas em geral, acho que os vegetarianos deviam ensinar lições de como a gente consegue se tornar um vegetariano.
Ah!!! Sua música é tudo de bom, aliás o som dos RAMIL é de uma qualidade incrível!!!
Abraços
Bia
Querido Kledir!
ResponderExcluirConfesso que não conhecia seus textos até cometer um engano que já corrigimos, atribuindo ao Veríssimo, um texto seu, por sinal maravilhoso! "Geração Y- "Tipo Assim..."".
Para me redimir desta ignorância vim visitar teu Blog e estou encantada com a fluidez de teus textos e a leveza com que escreves!
Parabéns e “Tipo assim...” Desculpa o equivoco para com teu texto!
Um grande abraço!
Flora!
Concordo contigo. E além do mais tenho a impressão de que as baratas, apesar de nojentas, saem para a rua sempre de fraque.
ResponderExcluirOlá, querido!
ResponderExcluirQto tempo!
Sobre este assunto, tenho indicado o video da Nina Rosa "A Carne é Fraca", que mostra de uma forma bem legal como um gesto aparentemente inofensivo como comer carne, pode ser tão destruidor do meio ambiente, tão ruim para nossa saúde, tão colaborador com a fome no mundo e tão perverso e cruel para com os nossos queridos animais.
saudades! mtos bjus
A.Ricciardi
Rapaz,
ResponderExcluirMeu grilo em casa é outro: o próprio grilo. Ou mato-o (com muito custo e negociação, consigo jogá-lo pela janela meia hora depois de uma maratona seguida de impropérios femininos), ou durmo trancado com ele na sala, pequeno cômodo da casa, onde, pra meu grande incômodo, o inofensivo bichinho, salvo na opinião da patroa, cisma de aparecer sempre noturnaturalmente à hora de dormir...
Minha cabeça fica pegando fogo, e eu pagando o preço de ser o macho da relação em relação a quase todos os assuntos...
Abraço mineiro (raça dos matam-quietos),
Pedro Ramúcio.
Bem, eu como descendente de Guaranis aprendi muito com meu pai e ele não matava nada mesmo. Minha mãe as vezes queria trucidá-lo. Mas aprendi que entre os animais existe o reino dos insetos e esses são nocivos a nossa saúde e assim vou lá e taco o chinelo mesmo ou a raquete elétrica. Lagartixa não é inseto e eu as deixo a vontade. Rato é roedor mamífero que traz muitas doenças, assim ou são eles ou eu. Também não como carne de forma alguma e aí logicamente estou incluindo os peixes. Me nutro muito bem com vegetais, frutas e legumes, tendo ótima saúde. Agora em relação ao trato com os animais somos ainda infames. Faço por opção o recolhimento cães abandonados e maltratados, mas muitas vezes aparecem os gatos, micos, papagaios e assim vamos em frente. Felizmente não estou nessa sozinha e as leis mudaram muito em relação aos animais domésticos. Hoje a castração no lugar da coisa tenebrosa que era a carrocinha de cachorros. Em todas as cidades ou as mais próximas fazem a castração e ainda uma tatuagem na orelha por dentro do animal para sabermos que já foi castrado. Existe também o serviço de vacinas nos mesmos locais para quem não pode pagar. Se nesse aspecto melhoramos, em relação aos animais da Mata Atlântica e Amazônia estamos cada vez mais regredindo. Tantos animais hoje já estão classificados como extintos pela invasão das matas. A Ararinha azul, descrita no desenho Rio, pertence a mata nordestina seca e árida e sobraram somente 20 delas e até agora nenhuma reprodução. Bem vou parar por aqui pois este assunto me aborrece muito. Em relação as raposas, é de uma crueldade fidalga muito grande, touradas são repugnantes e a realeza poder comer cisnes é de uma pobreza de espirito e tanto.
ResponderExcluirTchau
Su