No primeiro dia da Copa do Mundo imaginei que o nome do jogo seria Tshabalala. Depois fiquei pensando que talvez fosse Jabulani ou Vuvuzela. “O nome do jogo” é uma expressão usada para identificar o melhor jogador em campo. Acontece que, quando o jogo está chato, meu pensamento começa a buscar diversão em outro lado. Aí, essa expressão ganha pra mim um outro sentido, mais ao pé da letra, e eu me distraio brincando com as palavras, procurando nomes que tenham algum significado interessante ou uma sonoridade fora do comum.
Há, por exemplo, no time norteamericano um sujeito chamado Altidore. Parece nome de brasileiro que não sabe falar inglês e escreve o que escuta. Aqui no Brasil temos vários nomes assim, esquisitos, tipo Maicoldiéquissom, Uóxinton, Dimi Rêndriquis.
Os jogadores orientais têm nome curtos que soam sempre estranhos para nós: Cha, Cho, Shin. A Grécia tem um Sócrates Papastathopoulos, que de craque só tem o nome. Na África do Sul tem um cara chamado Ngcongca. Dei um nó na língua. O México tem um Guardado e um Torrado. Particípio passado. Portugal tem um Rolando, no gerúndio. Na Argentina tem o Palermo, que vem a ser o masculino de palerma. A Nigéria tem o Obina original. A Argélia tem um goleiro chamado Gaouaoui. Não poderia tocar na banda Pouca Vogal. Já o Schweinsteiger da Alemanha poderia fazer um trio com o Gessinger e o Leindecker. No time da Inglaterra tem um Rio. Na Suíça tem um Tranquillo. Tem jogador chamado Ilha, Rainha, Estrada. Tem um Leão e um Pinto. Tem de tudo. Tem até um sujeito chamado Parede. E ainda tem os coloridos: Blanco, Green, Brown e Bocanegra.
Nesta Copa, nossa seleção brasileira está cheia de nomes comuns. Fora o Maicon, que se enquadra naquele segmento das aberrações dos nomes em ingrêis, nunca tivemos uma equipe com tantos nomes normais: Julio Cesar, Luiz Fabiano, Lucio, Gilberto Silva, Felipe Melo, Daniel Alves, Gomes, Julio Baptista, Nilmar. Eu gosto. Parece um time de amigos do bairro. Temos ainda alguns apelidos simpáticos: Kaká, Robinho, Dunga, Doni. E os “estrangeiros”: o francês Michel e os castelhanos Juan e Ramires. A única esquisitice fica por conta do Grafite.
Todo esse papo é só pra me acalmar um pouco, enquanto não volta a rolar a Jabulani. O nome do jogo de um torcedor apaixonado é sempre ansiedade.
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kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, estrapolei minha cota de risadas antirrugas da semana.
ResponderExcluirSó um parêntese: Coitada da vuvuzela! Ando lendo pelos jornais que a barulhenta é coisa dessa copa. Injustiça! Aquela porcaria sempre existiu, eu mesma já tive várias e um complexo por nunca ter conseguido tocar hehe (alguém aí me ensina?). Só tinha um nome diferente era cornetão ou corneta. Agora que batizaram a pobre coitada com esse nome.
Beijão!
Aline Mariano
Kledir, parabéns por mais essa crônica inspirada. Por conta dela, acabei me lembrando de outro dia, quando fui a um jogo de vôlei com Humberto, quando minha maior diversão era observar seus arredores e não o jogo propriamente dito. Se quiser ler, minha crônica sobre esse jogo está aqui: http://esquinadasil.blogspot.com/2010/06/jogo-de-volei-brasil-x-holanda-so.html
ResponderExcluirBeijão e boa torcida!
Sil
esquinadasil.blogspot.com
Ah, esses nomes que você chama de "normais" por aqui...sei não...mas devem soar como palavrões noutros lugares.
ResponderExcluirParabéns pela crônica divertida, como sempre, aliás.
Abraços,
Tânia
Prezado Kledir,
ResponderExcluirExcelente crônica sobre o nome dos jogadores. Só para complementar queria te contar uma coriosidade sobre o nome do jogador ELANO.
ELANO em espanhol significa "o anús" no nosso querido português... Isso mesmo. Imagine agora o que eu tive que aguentar do meu marido, cunhado e amigos espanhois...
Sem mais, aquí te escreve uma humilde jornalista brasileira que chora de saudades do Brasil.
Espero que te possa motivar para outras crónicas a respeito do assunto.
Atenciosamente,
Tatiana Rodrigues