Carnaval de rua

O carnaval do Rio de Janeiro está cada vez mais animado. Além do tradicional desfile das Escolas de Samba que sacode a Sapucaí, de uns anos pra cá foi revitalizado o carnaval de rua. São centenas de blocos que levam alegria para todos os bairros. E xixi. E engarrafamento.
Eu, que já não me atrevia a viajar nessa época do ano para evitar estradas congestionadas, agora não saio nem de dentro de casa. Eu não me mexo, em compensação meus filhos... É um tal movimento de entra e sai que eu não consigo acompanhar se estão chegando pra dormir ou saindo para mais um bloco. A folia acontece o dia inteiro, tem bloco que desfila até às 8 da manhã.
Teve um dia que meu filho saiu fantasiado de Post-it. No dia seguinte, com um capuz de plástico enfiado na cabeça me disse que estava fantasiado de camisinha. Minha filha estava linda de Jessica Rabbit, e depois de Zorro, que ela insiste em dizer que era outra coisa, tipo “beijo me liga da Justiça”. Não entendi. A criatividade não tem fim. Eles passaram vários dias inventando fantasias, pois em cada bloco precisavam mostrar alguma novidade.
Pelas ruas, o que se viu foi essa criatividade levada ao extremo. Teve um que se fantasiou de Facebook. Outro de Google Maps. Outro de PacMan. Um cara meio gordo, se enfiou dentro de um enorme tubo de papelão e saiu fantasiado de Papel Higiênico Usado. Tinha gente fantasiada de Taxi, de Cone Humano, de Banheiro Químico, de Toddynho. Alguns levavam cartazes no pescoço para identificar o que vestiam, como foi o caso do rapaz fantasiado de “Se beber não case”. Um malandro levou uma vara de pesca com vários cartões de crédito no lugar de isca para, segundo ele, “pescar alguma gostosa”.
Outra bem humorada tradição do carnaval carioca são os nomes dos blocos: Suvaco de Cristo (cuja concentração é bem embaixo dos braços abertos do Redentor), “Vem ni mim que eu sou facinha”, “Simpatia é quase amor”, “Que merda é essa?”, “Empurra que pega”, “Meu bem, volto já”, “Azeitona sem caroço”, “Largo do Machado, mas não largo do copo”, “Chupa mas não baba”, “Se me der, eu como”, “Pressão Alta”, “Virilha de minhoca”, “Vai tomar no Grajaú”, “Sargento Pimenta” (só com músicas dos Beatles), “Me beija que eu sou cineasta” (que esse ano ganhou o apelido de BlocoBuster)...
Quando perguntei ao meu filho o que rolava de tão interessante nesse carnaval de rua ele me respondeu o óbvio: “pegação, Dad. Só hoje, no Bangalafumenga, eu fiquei com 7”.
Tipo da coisa que não dá pra descobrir se você ficar, como eu, acompanhando o carnaval pela televisão.

2 comentários:

  1. Passei carnaval no RJ e fui a vários blocos. Não vi briga, nem discussão. O clima era de paz total. Amei!!! O grande problema foram os banheiros. Achei uma lanchonete com uma plaquinha: "Toalete- R$1,00" . Enfrentei uma fila do cão e qual não foi minha surpresa que o toalete era um "quartinho" de bagulho e o vaso sanitário um balde. Fiz meu sofrido xixi e fui embora invocada rsrs
    Espero que no próximo ano a Prefeitura coloque mais banheiro. Único problema que eu percebi.
    Assim, ano que vem vc pode cair na folia e se divertir. ahhh e não peguei ninguém rsrsrs

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  2. Saudades dos antigos carnavais de rua de Pelotas, com blocos burlescos e escolas de samba, acho que ainda permanecem.Mas tinha uma turma que saia à tarde e a concentração era defronte o Buteko, Católica em peso, principalmente turma da Engenharia, era divertido e simples, bastava tocar algum instrumento, muita cerveja, parceria principalmente na hora de se vestir de mulher e nós mulheres acompanhava o bloco sempre, achando divertido os namorados e amigos transformados em mulheres... deves lembrar desses carnavais e blocos porque foi um tempo muito bom e saudável. Bjo Sônia Matos Madruga

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