Teclados

Semana passada escrevi sobre datilografia e comentei que, para as línguas que usam o alfabeto romano, o teclado dos computadores usa um princípio simples: cada tecla corresponde a uma letra. O único problema é quando você muda de idioma, pois cada país adota um tipo diferente de configuração de teclado.
O norte-americano você conhece, é básico. O inglês é uma língua primária que não tem acentos nem cedilha. Por isso a dificuldade que eles têm de falar o português, uma língua mais sofisticada, e de conjugar os nossos 4000 verbos irregulares. Coisa de gente tosca.
O español usa um til esquisito em cima de uma consoante. O húngaro, “única língua no mundo que o diabo respeita”, tem 14 vogais e 27 consoantes. O catalão... Só pra você ter uma idéia, meu irmão comprou um notebook em Barcelona e até hoje está procurando o acento circunflexo.
No teclado francês, não sei por que cargas d’água, alguém alterou completamente a lógica (se é que existe) da posição das letras. Onde era Q, existe um A. Você procura o M e encontra a vírgula. Uma loucura.
O padrão de teclado QWERTY (cujo nome vem da sequência das letras da 1a linha do teclado) foi criado em 1868 por Christopher Scholes, com uma suposta lógica de disposição das letras que evitaria o travamento do mecanismo rudimentar das máquinas de escrever. Hoje em dia, isso não faz mais sentido, mas agora é tarde. Todo mundo já se acostumou.
Como eu estava contando, os franceses, que têm mania de fazer as coisas a seu modo, embaralharam tudo e criaram o teclado AZERTY. Aí, 2 malucos apareceram com o layout DVORAK que não tem nada a ver com nada. Dizem que esse é o ideal, foi aprovado por ergonomistas, mas nem os caras que inventaram conseguem escrever.
E então chegamos ao teclado japonês. A língua japonesa não é composta por palavras com letras e sim por milhares de ideogramas, pequenos traços que podem significar muita coisa. Por exemplo, “árvore frondosa sobre uma colina ensolarada”. Com um rabisco qualquer, você escreve um poema.
Para fazer contato com essa outra civilização, o homem ocidental inventou um sistema que usa nossos símbolos, as letras, para reproduzir o som dos caracteres orientais. Ou seja, a gente lê através do sistema Hepburn o som que corresponde ao símbolo gráfico de um ideograma que quer dizer alguma coisa, tipo sei lá, “árvore frondosa...”, em Hiragana, Katakana, ou Kanji (sim, para complicar ainda mais eles têm 3 idiomas). Esse é o artifício usado pelo teclado japonês...
Deu pra entender, ou quer que eu faça um desenho?

4 comentários:

  1. Depois dessa, me deu uma saudade imensa do lápis e papel, esses que uso só para fazer lista de compras e pequenas anotações ou recados. Ai que nostalgia...

    Beijos digitados,
    Aline Mariano

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  2. Se depois de toda essa explicação você desenhar, acho que vamos todos falar e escrever uma linguagem que ninguém ainda se atreveu a inventar...a não ser que você seja o primeiro! rsrs...Adorei! Melhor, impossível!
    Abraços
    Lhú Weiss
    PS: passa lá no blog...vou adorar novos amigos passando por lá!!

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  3. Querida Aline, você tem toda razão. Sabe, a semana passada recebi uma carta com três páginas manuscritas. A princípio fiquei preocupada, pois faz tanto tempo que não recebo uma carta e depois que vi o remetente e abri a carta fiquei emocionada e feliz, pois uma amiga escreveu para dizer que estava com saudade e teceu uma série de recordações do que fizemos no passado etc. Esta carta valeu muito mais do que qualquer presente, pois hoje em dia quem dedica seu tempo para isso deve gostar mesmo da gente, né ? Beijão a todos,

    Marcinha

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  4. Desenhe uma parti.tu.ra,
    pois este teclado não tem "dórémifás"...!

    :o)

    byTONHO

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