Dinheiro não traz felicidade

O zagueiro Bruno, do Bayer de Munique, entrou em depressão, tocou fogo em sua própria casa e está preso na Alemanha. O que passa pela cabeça de um garoto de 21 anos, milionário e idolatrado pela torcida, para fazer uma coisa dessas? A única declaração que deu foi: “no Brasil, eu tinha menos dinheiro e menos luxo, mas era feliz”.
Casos parecidos se repetem no mundo do futebol e do show business, onde jovens sem preparo emocional e psicológico, saem de comunidades carentes e viram celebridades. Quando “chegam lá” descobrem a sabedoria embutida no velho ditado: “dinheiro não traz felicidade”. E aí é tarde. Mas quem de nós tem preparo emocional e psicológico para fazer muito sucesso, ganhar rios de dinheiro e, por exemplo, pegar a filha do Berlusconi? Não é fácil. Parece, mas não é.
O atacante Adriano, Imperador na Itália e no ataque da seleção brasileira, pirou na Europa. Largou tudo e sumiu. Foi encontrado com os amigos nos botecos da Chatuba, favela onde foi criado no Rio de Janeiro. E nunca mais voltou a jogar direito. É uma pena. A seleção brasileira perdeu seu centroavante.
Há pouco tempo cruzei com ele em um hotel de São Paulo. Conversamos um pouco e me pareceu um cara doce, suave. Isso mesmo. Um cara educado, de fala mansa, sorriso nos lábios. Muito diferente do tanque demolidor que eu conhecia da TV, atropelando as defesas adversárias, ou das imagens do noticiário policial, envolvido com armas, periguetes e traficantes. Lamento que tenhamos perdido um atacante, espero que ele consiga ser feliz lá com as coisas dele.
Também na Fórmula 1 a história de repete. Lewis Hamilton é um piloto fora de série, vem sendo preparado desde criança para ser um vencedor nas pistas. Aos 22 anos chegou a campeão da mais importante categoria do automobilismo mundial e entrou em parafuso. Acumulou fortuna, sucesso, uma namorada linda e brigou com todo mundo, até com seu pai. E começou a ser visto pelos circuitos, batendo no carro dos outros, meio sem direção. Ao final da temporada de 2011, parece que começou a se reencontrar. Tomara que sim.
Torço muito por essa gurizada talentosa. Quero ver todos bem, felizes, milionários e com belas namoradas. Quero que aproveitem tudo o que têm direito, mas rezo todos os dias para que nossos novos craques do futebol, entre eles Neymar, Damião, Pato, Ganso, Lucas e Oscar, não esqueçam do mais fundamental: jogar bola.

3 comentários:

  1. É complicado até de comentar. Eu li num livro que acabando com o dinheiro e fronteiras, tudo estaria resolvido. Será que os terrícolas têm capacidade disto? Eis a questão, principalmente para os grandes contemplados.

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  2. É difícil ser feliz quando nossos olhos estão voltados para um outro mundo e que você está rodeado de pessoas que na verdade não lhe trazem nada, e assim você está totalmente só e desamparado. Poderia até pensar que este dinheiro ganho ajudaria se empregado na ajuda de crianças carentes ou outras idéias humanitárias, mas cada um é um ser único. Ele é uma pessoa dócil e deve sentir até culpa pela sorte que teve mas que não lhe trouxe o mínimo de paz.
    Já vimos tantos se perderem. Ainda lembro da alegria de ver o Mané Garrincha enganando jogadores no campo e triste tudo que lhe aconteceu.
    Beijos pra ti e agora preciso levantar meu astral.

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  3. Sem alicerces nada se constrói...
    Abraços

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