Caros cidadões. Tenho subido os degrais da escada da
vida com umas séries de dificuldades, por isso várias questães ficam martelando
minha cabeça. Uma das principals são as absurdas confusãos que fazem com nossa
língua pátria na hora de usar os plurals. São tantas equivocaçães que eu acho
que deveria haver puniçãos para os infratores. Multas, advertências. Quero ver
se assim esses inútils vão continuar cometendo infraçãos.
Comecei a fazer anotaçãos e encontrei mais de mils
equívocos em apenas um pequeno universo lingüístico observado. Os principals
erros encontrados sãos as concordâncias verbals e o emprego dos plurals.
Seriam os cidadães brasileiros incapazs de aprender?
Será que estamos precisando de atendimentos especials? Seria o nosso lápi escolar
feito de carbono radioativo, com efeitos colaterals? Não sei, não sei. Já estou
desconfiando de tudo.
Decidido a levar adiante estas questãos, combinei um
encontro com meu advogado num desses bars que fica no topo de uns arranha-céis
no centro da cidade. Cheguei atrasado, pois alguém havia furado os pneis do meu
carro. Devem ter sidos aqueles cãos de guarda do meu vizinho, uns animals
terrívels. Pedimos dois pastels e duas Pepses e ficamos ali, nóses os doises,
discutindo o problema. Ele acha que eu estou tendo visãos. Que isso é culpa dos
stresseres do dia a dia, típico de pessoas que vivem com os coraçãos
disparados. Você também acha que isso não passa de alucinaçãos? Pois não sãos
alucinaçães. São coisas reals.
Fiz
questão de levar o assunto até o fim e entrei com dois processos judicials. Um
por perdas, outro por danos. No dia da audiência o juiz apontou para mim, com
seus dedos cheios de anels. O juiz é um sujeito singular, só fala no plural. O
plural majestático.
Pedi então a Sua Excelência que me explicasse as
leies da língua pátria. Ele respondeu: “Os plurals são fácils: uma xícara, duas
xícaras. Um pir, dois pires. Um pão, dois pães. Uma mão, duas mães. Um mamão,
dois mamães. Não tem erro. Os bons e os maus, os bens e os mais”. E continuou:
“a coisa é simple. Letra S no final de uma palavra significa que ela não está
no singular. Como é o nosso caso. Nós nos chamamos Régis, somos um cara
plural”.
Não aguentei. Levantei e fui embora. Um Regi, dois
Régis!?!
Depois dessa, decidi voltar a estudar o Portuguê.
Ou
será os Português?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPor um só menas não me engasguetei de tantos rir!
ResponderExcluirGenial :)
"Uma mão, duas mães. Um mamão, dois mamães", foi a melhor coisa que já li.
Tou rindo alto auto altissimanente :)
ps. Kledir, tira o verificador de letras. Eu quero ser bípede e não robô, please!!
Meu deuses! Tá dimasi essa aula de portuguê.
ResponderExcluirÉ de roládiri!
Magnífico! Adorei! Uma crítica brilhante com grandeS doseS de bom humor!!
ResponderExcluirMagnífico! Adorei! Uma crítica brilhante com grandeS doseS de bom humor!!
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