Querido Schmidt, eu confesso: não sei viver sem
você. Estes dias de estrada, cumprindo a agenda de shows sem a tua companhia,
têm sido desastrosos. Sim, eu sei que você pegou gripe A, passou por vários
hospitais e precisa descansar. E que não dá pra descansar num assento de avião,
num banco de van, num quarto de hotel na fronteira com a Bolívia. Portanto,
fica bom logo. Bora pra estrada, agitar um pouco. As viagens sem você são um
porre. Isso aqui tá um tédio.
Outro dia passamos perto de Farroupilha, RS, e eu
levei todo o pessoal – músicos e equipe técnica - para fazermos uma prece no
Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio. Cheguei até a fazer uma promessa: se
você ficasse bom logo, todos nós iríamos parar de fumar. Todos toparam, menos o
Gazzaneo. Casualmente, o único que fuma do grupo. Não quero fazer intriga, mas
não custava nada ele fazer um esforço. Com um amigo desses, ninguém precisa de
inimigo. Desde aquele episódio da parada gay ele anda meio depressivo, passa os
dias fazendo palavras cruzadas. Temos que ter uma conversa com ele.
Na tua ausência, tenho procurado me comportar
direito, mas, sinceramente, essa estagiária que veio pra te substituir é
péssima. Na primeira viagem, se aborreceu porque não gostei do lugar no avião.
Você sabe que eu só viajo no corredor. Chegando no hotel, tive que trocar de
quarto. Claro, tinham me colocado de frente pra uma avenida barulhenta, fora
dos padrões de 80 decibéis estabelecido pela NBR. Aí fomos jantar e, acredite
se quiser, tive que pagar minha própria conta! Nunca vi uma coisa dessas. Eu
sou um artista, não ando com carteira no bolso.
Tudo bem. Na viagem seguinte, a empresária resolveu
ir junto. Essa, você sabe como é, está sempre no celular fechando altos
negócios e não tem tempo pra cuidar do básico, como o camarim dos artistas.
Resultado, a água mineral estava gelada. E você sabe que eu me recuso a cantar
se a água não estiver na temperatura correta. Não vou nem comentar os outros
detalhes fundamentais para a realização de um espetáculo, como as toalhas
brancas, o ar condicionado desligado e o Gatorade de bergamota. Conclusão, tive
que cancelar o espetáculo.
E o pior é que, no dia seguinte, na hora de descer
do quarto pra ir pro aeroporto, a estagiária pediu pra eu bater no meu irmão.
Aí, eu bati e deu a maior confusão. Como é que eu ia saber que era pra bater na
porta?
Portanto, Schmidt, volta logo! The show must go
on!!! Não dá pra viver sem você.
Oi, Kledir, tudo bem? Lembra de mim? depois que me mudei pra NYC, há 26 anos, parece que nunca existi em PoA. De qualquer forma, me pergunto (já que há uma chance em mil) se este Schmidt a que te referes é o Carlos, do Ponto de Cinema da década de 80. Depois que o Túlio Becker se foi, pra minha profunda consternação, perdi o contato confiável com informações sobre aquele visionário. Nunca dá tempo de me inteirar de seu destino, quando vou a PoA. Enfim. Me informo sobre tuas idas e vindas através do Kleiton-via-San Martin aqui. Dá uma checada em Colltales.com, meu blog. Meu email é meu nome e sobrenome sem espaço, arroba gmail dot com (se coloco inteiro, o sistema não aceita. Abraço. Wesley Coll
ResponderExcluirTentei me increver como 'seguidor' mas o pedido desencadeia a página Item Not Found. W.
ResponderExcluiro que não faz um Schmidt na vida.
ResponderExcluiresse se não foi ainda canonizado, um dia há de ser...
tio kledir,
ResponderExcluirvocê ficou me devendo a presença do famoso joão schmidt na cidade do rio de janeiro. com ele na fita não teria cerveja sem álcool ou comidinha sem carne. com ele, o termo "noite carioca" seria justificado. com ele... ah, joão schmidt, volta!