Não sei se você já viu uma máquina de escrever. Já expliquei em outra oportunidade, mas vou repetir. É, tipo assim, um equipamento mecânico que se usava na antiguidade para escrever palavras. O princípio era o mesmo dos computadores de hoje, um teclado onde a cada tecla corresponde uma letra do alfabeto. A diferença é que, ao invés do texto surgir como mágica na tela LCD, na máquina era possível ver e entender o funcionamento. Cada tecla impulsionava uma alavanca, que movia um braço de metal, que empurrava uma pequena letrinha de ferro, em alto relevo, na direção de uma fita de tinta preta. Algumas mais sofisticadas vinham com uma opção de cor vermelha. Por trás dessa fita, era colocada uma folha de papel em branco, sobre a qual iam sendo impressas as palavras, letra por letra. Simples.
Caso você cometesse um erro, tinha que começar tudo de novo. Não havia “delete”. Mas tudo bem, naquela época as pessoas tinham tempo de sobra.
Para conseguir operar tal equipamento era preciso dominar a datilografia. Datilografia era a arte - ou seria a ciência? - de bem escrever à máquina. Eu fui iniciado na velha Underwood do meu pai, através de um método empírico conhecido pelo nome de “catar milho”, que utilizava apenas os dois dedos indicadores. Ou “fura-bolos”, se você preferir. Aos poucos minha técnica foi evoluindo e acrescentei ao processo o “seu vizinho”, o “pai de todos” e, eventualmente, o “mata piolho”. Desenvolvi uma performance razoável, mas nunca chegarei à destreza de alguém que tenha feito curso de datilografia, que, acredite se quiser, é capaz de escrever 300 caracteres por minuto, usando os dez dedos das mãos. Sem olhar o teclado.
Naquele tempo, para ser uma boa secretária era preciso saber datilografia, além de inglês, francês, espanhol e, obviamente, português. Como eu não tinha nenhuma intenção de ser secretária, não dei a devida importância ao estudo da datilografia e, de castigo, continuo até hoje catando letras como se fossem grãos de milho.
Tentei convencer meus filhos a estudar datilografia, para que pudessem estar mais bem preparados para a vida. Riram de mim, pois não se fala mais datilografar e sim digitar. E mais, não estudam e digitam numa velocidade astronômica. O que só confirma minha tese sobre a evolução das espécies: diferente de nós, essa gurizada já veio de fábrica com um processador mais avançado.
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É meu caro, certas palavras me causam angústia, pois percebo que de fato, estou ficando “antiga”. Como você, também sou dá época da datilografia. Meu irmão Kaco e eu fomos obrigados a cursar datilografia numa escola perto de casa. E mais, o curso exigia freqüência todos os dias, diversos exercícios, prova e até reprovação. Eu me recordo até hoje do exercício que não me sai da cabeça : asdfg hjklç asdfg hjklç asdfg hjklç....e assim por diante. Isso ficou tão enraizado na minha mente que às vezes me pego fazendo esse exercício no ar. Mas valeu a pena, tornei-me uma exímia datilógrafa. E no concurso para escrivã de polícia tirei nota 10. Ao atender as pessoas, todos elogiavam minha agilidade. Em certa ocasião usei a máquina até como instrumento de defesa.
ResponderExcluirQuando surgiu o advento dos computadores, senti uma dificuldade enorme em me adaptar com eles, pois naquela época, em razão do hábito, acreditava ser muito mais fácil utilizar a máquina de escrever. Eu costumava dizer que “a máquina é muito melhor, pois quando se termina o texto, já está pronto e o computador ainda tem que imprimir, leva muito mais tempo”. Hoje vejo a idiotisse e não troco o teclado por nada, salvo as inovações que estão chegando para facilitar. Enquanto estou escrevendo estas palavras não estou olhando no teclado, as letras estão apagadas (já está pedindo um novo) e não me faz falta. Eu me lembro que na época da máquina, era comum uma letra ou outra cair e aí, eu colocava um papelzinho grudado no lugar. Nós somos privilegiados, pois nas cidades do interior de vários estados, inclusive no nordeste, as repartições públicas ainda não possuem computadores e a máquina ainda é o equipamento mais usado. Quando existe uma todos dão graças a Deus, pois em muitos lugares nem máquinas existem, ainda se faz registros e documentos à caneta e papel. Não é brincadeira não !!!! Deixa eu parar por aqui, pois estou lembrando de tantos fatos ligados às máquinas que se for escrever vai dar um livro. Quanto aos torpedos, não uso o dedão. Uso somente o indicador, acho que é mais fácil por ser menor e não tocar nas outras letras. Kledir, beijão querido e à sua secretária também, pois no seu caso, com certeza é ela que fica com a parte da digitação.
Kledir, olha só, a britânica Keira Rathbone, 27, sempre gostou da tecnologia que não está na ponta. Ela coleciona vinis, adora sua maquina fotográfica analógica --que ganhou do pai aos 16--, e pretende instalar um telefone fixo de disco em sua casa. Keira tem também uma coleção de máquinas de escrever, que usa de uma maneira pouco convencional: para pintar.
ResponderExcluirKeira usa suas máquinas para produzir desde retratos do presidente americano Barack Obama e desenhos de arquitetura até paisagens naturais, compondo as imagens com os caracteres do teclado. Caso tenha ficado curioso dê uma olhada em seu site: keirarathbone.com (Vários desenhos incríveis. No youtube veja seu trabalho ao vivo. Procure pelo título "Keira Rathbone for Wolf & Badger" ou pelo link http://youtu.be/1RHdjaVPFG0
Abraços,
Marcinha
Estou divulgado
ResponderExcluirShow de Abertura oficial
da programação dos 200 anos de Pelotas/RS
Dia 09/07 (sábado) às 18 hs.
SHOWS DE VITOR RAMIL E KLEITON & KLEDIR.
Local: Ginásio do Sesi
(prolongamento da avenida Bento Gonçalves).
Os convites são retirados gratuitamente
em troca de um quilo de alimento não perecível
(exceto sal), ou por um agasalho,
nos postos de troca
(Prefeitura de Pelotas, Secretaria de Cidadania
e Assistência Social,
Posto Paulo Moreira da Dom Joaquim,
Posto Cidadão Capaz e Rádio Pelotense).
- Me leva, que eu vou!