Eu estava no meu quarto de hotel, em Salvador,
Bahia, e tocou a campainha. Abri a porta e um rapaz se apresentou: “Eu sou
funcionário aqui do hotel. Você poderia me dar um autógrafo?”. “É claro”, eu
disse, pegando o CD do rapaz: “Qual o teu nome?”. “Kleiton”,
ele respondeu. Surpreso, comentei: “Que coincidência...”. O rapaz abriu um
sorriso: “E eu tenho um irmão chamado Kledir. Nosso pai era fã da dupla”.
Temos encontrado alguns Kleitons e
Kledires pelo Brasil afora. Provavelmente são frutos de namoros embalados pelos
sucessos de K&K na década de 1980. Kleitons então, tem um monte. Não sei se
é o caso, mas houve uma época em que o Sport Club Internacional tinha três
titulares com variações sobre o mesmo tema: Claiton, Cleitão e Cleiton Xavier.
Pensei em telefonar para o presidente do clube sugerindo contratar uns Cledires
para equilibrar melhor o time, mas acabei desistindo.
O Cordel do Fogo Encantado, ótima banda de
Recife, tem um guitarrista chamado Kleiton. E o apelido desse Kleiton pernambucano,
acredite se quiser, é Kledir.
Há pouco tempo, meu amigo Roberto Lima
ligou pra contar que havia nascido mais um Kleiton em Minas Gerais. O bebê teve
parto normal e na hora do “aí vem a placenta” foi que ficaram sabendo que havia
outro. Eram gêmeos. O pai não teve dúvida, batizou de Kledir aquilo que haviam
imaginado fosse apenas uma placenta. Tudo bem, estamos sobrevivendo, ele e eu.
Antigamente era costume batizar os
filhos com o nome de grandes vultos da história. Hoje em dia, pra você ver como
está o mundo, até Kledires existem por aí.
Dentro dessa tradição de homenagear os
ídolos, aparecem algumas aberrações, como aquelas que tentam reproduzir em
português o nome de celebridades americanas: Maicol Jéquisson, Uóxinton,
Xarlixáplim.
Muitas vezes, um nome esquisito é
resultado da soma dos nomes dos pais. Conheço um Glaucimar, filho da Glaucia e
do Ademar. Glaucimar tem uma irmã chamada Adéa, que é o que sobrou da montagem
anterior. Essa mania de juntar dois nomes diferentes, ou batizar a criança com
nome de artista, faz muita gente passar vergonha o resto da vida. É o caso da
filha de Raimundo de Souza, de Vitória da Conquista. Fã ardoroso de cinema, ele
resolveu prestar uma homenagem às famosas atrizes Ava Gardner e Gina
Lolobrigida, e batizou a menina de Avagina Cinema Souza. Parece brincadeira,
mas é verdade.
O que seria dos filhos sem os pais? Não sei...mas sei que muitos sem pais agora estariam dando pulos de alegria...
ResponderExcluirLhú Weiss